quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

TELEVISÃO: AMIGO OU PAPÃO?

Sandra Cardoso


Crianças e adolescentes portugueses estão cada vez mais dependentes da televisão. O Saúde Semanário conta-lhe os problemas que as horas em frente ao televisor podem trazer aos seus filhos e desvenda-lhe algumas dicas para fazer do pequeno ecrã um aliado.



“Ana vem jantar. - Espera, mãe, estou a ver os Morangos com Açúcar”. Esta é uma conversa recorrente na casa da família Lopes. Mal chegam a casa, os dois filhos do casal, de 8 e 13 anos vão a correr para a televisão. “Nem vale a pena tentar falar com eles”, conta o pai. Depois de algumas discussões, sentiram necessidade de implementar regras e também de fazer cedências. Hoje, o jantar é às 20 horas, reflexo da série de sucesso da TVI. “Vêem os programas que gostam e durante a refeição aproveitamos para conversar”, explica a mãe. E acrescenta: “Tem de haver tempo para tudo”.

Em muitas casas portuguesas, a situação é semelhante. No entanto, a forma de lidar com o crescente interesse dos mais novos em relação ao pequeno ecrã varia. Alguns encarregados de educação não descuram a existência de regras, outros, contudo, são mais permissivos. É o caso de Paulo Jorge, divorciado, que está com o filho, de 10 anos, apenas de duas em duas semanas. Apesar de achar que o Tomás vê demasiada televisão, diz depositar total confiança nas escolhas televisivas da criança. “Não supervisiono”, esclarece.



Televisão em excesso

As crianças e jovens portugueses com idades entre os 10 e os 16 anos passam uma média diária de 4,5 horas em frente da televisão, avança o estudo A Criança e a Televisão – Contributos para o Estudo da Recepção, apresentado pela investigadora Sónia Carrilho, como tese de mestrado na Universidade Católica de Lisboa. Ao fim-de-semana e nas férias, a televisão é a grande companhia das gerações mais novas. A exposição sobe para 7,5 horas.

“É extremamente excessivo”, comenta a psicóloga Elsa Lopes. Agitação nocturna, fantasias e dificuldades motoras de desenvolvimento retardado, resultante de passarem muito tempo sentados, são alguns dos problemas apontados pela especialista, ainda que considere ser difícil estabelecer uma causalidade directa. A responsável clínica recorda um caso que lhe passou pelo consultório: “uma criança, de 9 anos, estava convencida de ser um power ranger”.



Quantidade ou qualidade?

Elsa Lopes considera que mais importante que as horas que as crianças passam em frente ao televisor, é a qualidade dos programas visionados.

Cabe aos pais o papel de “reverterem a televisão a seu favor e utilizá-la de forma útil e produtiva na educação dos seus filhos”, segundo a especialista. (ver caixa conselhos). E exemplifica: “os autores do fenómeno Morangos com Açúcar tiveram a preocupação de passar mensagens de valores sociais e morais, através da abordagem de temas actuais como o uso de drogas, a sexualidade, os grupos, as relações pais/filhos e professores/alunos”.



A Dra. Elsa Lopes aconselha:

1. Ensine o seu filho a ver programas e a evitar o “zapping”

2. Supervisione as escolhas do seu filho com a ajuda de um guia de programação televisiva

3. Veja os programas em família. Se tal não for possível, incentive o seu filho a falar sobre o que viu

4. Combata a passividade! Evite que o seu filho fique horas em frente ao ecrã sem ver nada específico

5. Não deixe que o seu filho tenha televisão no quarto

6. Incentive as crianças a brincar, praticar desporto e passear

7. As crianças com menos de dois anos não devem ver televisão

8. Antes de irem para a cama, as crianças devem a assistir a programas calmos



O que vêem os mais novos?

1. Desenhos animados (quase quatro horas por dia)

2. Telenovelas, os jogos de futebol e os filmes de aventura (mais de três horas e meia).

3. Filmes de humor, programas musicais e publicidade.

Fonte: A Criança e a Televisão - Contributos para o Estudo da Recepção, de Sónia Carrilho.



Não faz mal aos olhos!

Ao contrário daquilo que se diz, o excesso de exposição não faz mal aos olhos das crianças, apurou o Saúde Semanário. «Em geral, a televisão não constitui contra-indicação, a não ser que já existam problemas», afirma o oftalmologista a Reich d’Almeida. Ainda assim, o especialista ressalva que os inconvenientes são outros, como «obesidade e desinteresse».




Fonte: Saúde Semanário

4 comentários:

Anónimo disse...

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Teixeira disse...

Olá!!!
Precisava urgentemente de entrar em contacto com a Drª Elsa Lopes, uma vez que ela seguiu o meu filho nos gabinetes da DILEMA no Porto, para onde ñ consigo estabelecer contacto.Se fôr possivel indicar-me onde presta serviço agora a Drª Elsa, seria o ideal. Os meus contactos são
joaquimteixeira_29@otmail.com
936310681
Grato

J Teixeira

Teixeira disse...

peço desculpa o mail é mm da hotmail . . .